ENTÃO, É NATAL?
O Natal é uma época mágica. Na infância, ficávamos ansiosos para montar a
árvore com os enfeites, bolas coloridas, embrulhar os presentes, ligar o
pisca-pisca, enfim, um momento único que eu desejava que durasse para sempre. Isso
é o que os filósofos chamam de felicidade: um momento que gostaríamos que
durasse eternamente. Falava-se do “espírito” natalino que invadira o coração
dos homens. A bondade era a principal nota tocada. Quando pensamos em Natal, as
primeiras imagens que chegam a nossa mente é a da árvore de Natal cheia de
enfeites com presentes maravilhosos, uma ceia farta esperando para ser
religiosamente devorada, e a figura comercial do Papai Noel.
Então, é Natal?
Pensamos na bela decoração, nos belos hinos entoados nas grandes
catedrais. Corais impecavelmente ensaiados com vozes perfeitamente divididas
(Quando Jesus nasceu teve coral – dos anjos –, miríades do coral celestial,
saudando ao Rei dos reis e Senhor dos senhores). Contudo, esse Natal
aparente não é o verdadeiro Natal. O personagem principal do verdadeiro Natal
não é Noel, ele não é, e nunca foi, o personagem principal do Natal verdadeiro.
É Jesus de Nazaré, o único aniversariante que não foi convidado para a sua
festa. Sim, porque a palavra Natal significa simplesmente “aniversário”.
O que é, de fato, o Natal? Natal é a encarnação da misericórdia. Aliás,
misericórdia vem de duas palavras latinas “misere” e “cordia” (de onde vem a
palavra coração) significando o seguinte: ter misericórdia é sentir a miséria do
outro em seu coração. Na antiguidade significava o punhal que os cavaleiros
traziam do lado direito e com que matavam o adversário derribado, a menos que
este pedisse misericórdia. Foi isto que Deus fez em Cristo. Sentiu a nossa
miséria em Seu coração, a ponto de enviar Seu próprio filho para morrer por
nossos pecados. Pois, ele: “foi traspassado pelas nossas transgressões e moído
pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e
pelas suas pisaduras fomos sarados” (Isaías 53.5).
Então, é Natal?
Natal é tempo da Graça de Deus derramada em nosso favor na “plenitude dos
tempos”. O nosso Salvador, o nosso Redentor, o nosso Senhor nasceu. Hosana no
mais alto dos céus. Deus se fez carne e visitou com misericórdia a terríveis
pecadores como eu e você. Glória a Deus por isso. É tempo de sentir a miséria
dos outros em nossos corações, assim como Jesus, e por isso, o Natal verdadeiro
dura o ano inteiro, não é apenas a festa de dezembro.
Então, é Natal?
Natal é tempo de ação. Já dizia a música de Lennon: “Então é Natal, e o
que você fez”? Cumpriu suas promessas feitas no começo do ano? Realizou os
desejos idealizados no réveillon? O Natal só será Natal, de fato, quando nós, a
Igreja do aniversariante, deixar de ser mesquinha e dividir o pão; quando
valorizarmos mais as pessoas do que as coisas; quando deixarmos o amor falar
mais alto do que o dinheiro; quando o templo do Espírito Santo for mais
importante do que o templo de tijolos. Quando formos mais parecidos com Jesus...
então, será Natal...
Será Natal, quando o Rei disser: “Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na
posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo. Porque tive
fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e
me hospedastes; estava nu, e me vestistes; enfermo, e me visitastes; preso, e
fostes ver-me. Então, perguntarão os justos: Senhor, quando foi que te vimos
com fome e te demos de comer? Ou com sede e te demos de beber? E quando te
vimos forasteiro e te hospedamos? Ou nu e te vestimos? E quando te vimos
enfermo ou preso e te fomos visitar? O Rei, respondendo, lhes dirá: Em verdade
vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim
o fizestes”.
Um fato interessante do natal de Jesus é que não havia lugar para Ele na
estalagem, mas, hoje, há lugar para Cristo em teu coração? No teu lar? No teu
casamento? Na tua Igreja?
Então... é Natal?
Pr. Antônio Pereira Jr.
(1ª Igreja Congregacional em Guarabira – PB).
E-mail: oapologista@yahoo.com.br
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